Sentia-se só, afinal nada mais
existia para além dele, da ilha onde vivia, da sua casa e do sol. Poderiam
existir mais algumas estrelas, meia dúzia de astros e uma ou outra galáxia, mas
ninguém para além dele.
Ele queria inventar, criar, sair
da caixa, neste caso, da ilha situada no meio da galáxia, apelidada por ele
mesmo como “Vialáctea”.
Passava dia e noite dentro de
casa, enfiado no escritório, que por razões de falta de espaço, ficava na
garagem.
Queria fazer um mundo com as
condições ideais, com as pessoas ideais, com o clima ideal, com as profissões
ideais, com as casas ideais, com as decisões ideais, com o tamanho ideal, com
tudo ideal.
O primeiro que construiu, e que,
digo-vos já, era quase ideal, não resultou, porque, tendo em conta que estava próximo
demais do sol, não era favorável às condições de vida, sendo o clima demasiado
quente. Resumindo e concluindo, Mercúrio não resultou. Vénus, embora mais
fresco, era muito seco, no sentido de que tinha demasiadas rochas.
O próximo,
Terra, esse sim era ideal.
Aguieira,
22 de março de 2017
Lucas Oliveira, turma A